Segundo jornal Itália
não o papa decidido deixar o cargo no dia em que recebeu o dossiê do Vatileaks
O conteúdo do relatório sobre o escândalo conhecido como Vatileaks,
entregue ao Papa Bento XVI em dezembro passado, teria sido devastador, a ponto
de levar à renúncia do Pontífice,
segundo o La República. De acordo com o jornal italiano, ao
abandonar o cargo, o Papa pretendia possibilitar a entrada de um líder mais
jovem e forte para fazer uma limpeza no Vaticano.
O dossiê de 300 páginas, contendo a investigação completa sobre o
vazamento de documentos, revelaria disputas de poder, relações homossexuais e mal
uso de dinheiro.
La República afirma que Bento XVI teria
decidido neste dia que deveria se demitir. “O dossiê será entregue ao próximo
Papa, que deverá ser mais forte, jovem e santo para poder enfrentar o trabalho
que espera”, diz o jornal.
O jornal lembra que cerca de três anos atrás já teria vindo à tona um
escândalo que mostrou a existência de seminaristas que se prostituíam, de um
membro do coro do Vaticano que atuava como cafetão. A história tinha como
protagonista Ângelo Balducci, o presidente do Conselho Nacional Italiano de
Obras Públicas, que teve seu telefone interceptado por suspeita de corrupção.
Durante a investigação, foi descoberto que Balducci conversava com
frequência com um membro do coro da Reverenda Capela Musical da Sacrossanta
Basílica Papal de São Pedro no Vaticano que oferecia serviços sexuais com
jovens.
Os encontros sexuais, segundo assegura La República citando a investigação
judicial, aconteceram em uma vila fora de Roma, em uma sauna, em um centro
estético, no próprio Vaticano e em uma residência universitária que seria a
casa de Marco Simeon em Roma, um jovem de 33 anos que acumulou um enorme poder
à sombra da cúpula de São Pedro.
O jornal fala ainda da possível existência de um “lobby gay” dentro do
Vaticano, “uma rede transversal unida pela orientação sexual”. Segundo a
publicação, pela primeira vez a palavra homossexualidade foi pronunciada, lida
em voz alta no apartamento do Papa. E pela primeira vez se falou, ainda que em
latim, da palavra “influentiam” (chantagem), lembra a reportagem, fazendo
referência às conclusões finais do documento exposto ao Papa.
Fonte: O
Globo
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